domingo, 11 de agosto de 2013

O apego, minha gente, é um jeito estranho de amar. A gente não disse que não é amor, é um amor que ultrapassou os limites que poderiam. É sempre bom a gente entender que amar uma pessoa é você saber qual é o limite, até onde você pode ir, até onde você não pode ir. Amar uma pessoa significa nós vivermos a experiência do cuidado, mas esse cuidado não pode ser excessivo porque muitas vezes nós invadimos a vida do outro. O apego, minha gente, é o momento em que a gente invade todos esses espaços, e a gente cria aquela ilusão de que nós bastamos àquela pessoa, que ela não precisa de mais ninguém ou então o contrário, eu me apego tanto ao outro que eu acho que o outro é a solução de todos os meus problemas. Eu crio essa ilusão de que o outro, ele preenche tanto os espaços dos meus afetos, do meu coração que eu não preciso de mais ninguém. E uma relação desordenada, ela geralmente afasta as outras pessoas e a pessoa que está apegada, ela não permite que outro se achegue àquele que ela se apegou. Nós não podemos colocar sobre os ombros dessa pessoa a responsabilidade de ser todo o afeto, a fonte de afeto que nós precisamos na vida porque senão esse apego vai nos matar e vai matar também a quem nos ama. Aí o amor faz mal ou invés de fazer bem.

Fabio de Melo.


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